Revista Literária

sexta-feira, 8 de março de 2013

Protejam a Poesia


É foda, sabe? Eu queria ir, pegar seu braço e dizer que nunca esqueci daquele primeiro sorriso. Tenho medo, porra. Todo mundo tem. A gente é científico demais,  esquecemos que somos humanos, deveríamos fazer coisas humanas, como amar. Verbo, que em minha opinião, deveria ser o único de ação para todas as pessoas, sejam singulares, ou plurais.
            Os homens choram, padecem, bebem, caem e ficam no chão, rindo da desgraça de si mesmo.  Eu mesmo sei que a noite é jovem para nós, amanhã ainda estarei triste pelo amor passado,  por todas as dores que já estiveram, e talvez jamais morra em mim todas as jovens putas da tarde, que me fizeram adoecer em tristeza. Porém, há melhor conforto que encontrar uma outra mulher?
             Tenho vontade de saber por que, onde e como algum louco teve a intenção de fazer sofrer o ser mais lindo que sob a Terra já floresceu? Como puderam arrancar todas as suas folhas? Nem tiveram o trabalho de cozinhar, deixaram-te seca até nunca mais.
            Secos, deveriam ficar os apodrecidos machos vorazes, que jamais ousaram viver de paixão, mas que deixaram as doces fêmeas em leitos domiciliares ao som de Caetano, e nos piores casos, uns pagodes românticos bem tristes, que afundam, ainda mais, a culpa dos homens tórridos de egoísmo.
            Tão lindas, tão frágeis, tão cheirosas, que tanta pouca vergonha, ter tanta proibição de tanta coisa sem sentido, e não lembrarem disso. Mulher deveria ser proibida de sofrer! Se deixarem, sou capaz de ser vereador, deputado, senador! Só para criar, votar e botar em prática esta lei contra tal perversidade. Cada lágrima de paixão que cair em bochechas apaixonadas será multada! O valor da multa será agregado ao valor do ingresso do novo Maracanã!
            Há aqueles céticos, que vão argumentar contra as mulheres insensíveis! Pobres coitadas, são assim porque já não acreditam em amar, graças a tanto sofrer.
Deus há de perdoar minhas amigas prostitutas. Quem já presenciou a dor de uma puta abandonada?  Olhe, não há profissão mais nobre que a putisse. Aturam ouvir que outras são putas, lembram o quanto já sofreram, são eternas viúvas de sua profissão, mas precisam ganhar para ouvir e curar o sofrimento do efêmero masculino. Cheias de sentimento, no fim, são putas.
            Mulher, nunca tive maior recompensa, que um sorriso sincero, depois de um ponto final. Quantos versos merecem o cheiro do balançar daqueles cabelos negros, quantas rimas ricas brotaram de teus seios queimados pelos verões, quantas catarses criei em seus orgasmos?
            Esqueça aqueles que estão pagando fiança para entrar na Copa do Mundo. Fuja dos jornais e das revistais iguais, dos padrões de segurança da FIFA, lembre-se que o seu momento de ser arte pode ser encontrado em algum parágrafo de um livro, que você ainda não leu.
Leia.
            O poeta precisa da mulher, a mulher é ser poesia.