Naquele momento tive a sensação
que suas mãos tinham ido embora. Ansiei por voltar à uma hora atrás. Observar o
detalhe da sua unha metodicamente bem feita, combinando com a delicadeza dos
seus dedos metricamente incorporados ao soneto que é a tua mão.
Triste,
sorri, quando lembrei dos carinhos lentos que eriçavam os meus pêlos. Nunca
imaginei perder a suavidade de ter sua palma com a minha. Aquele desenho
infinito, que não pude desvendar a maneira de guardar.
Fecho
os olhos e vejo o adeus de longe. Enquanto uma mão, já cansada, em sua cintura,
parecia não querer mostrar-se nunca mais, a outra, com pena, balançava-se em
tom de despedida melancólica, ritmando o meu coração a batidas lentas, que
soavam o sofrimento de saber que aquela poesia jamais aumentaria seu ritmo
outra vez.
Saudade é um sentimento que nos deixa feliz e, ao mesmo tempo, triste, né?
ResponderExcluirboa poesia
ResponderExcluirMuito bonito o testo.
ResponderExcluirÉ ótimo achar blogs com conteúdo tão bom quanto ao seu.
Cada despedida e cada reencontro é único. Adorei o modo como expressastes a despedida em teu texto, recorrendo à expressão das mãos.. muito bonito.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirÉ preciso comentar mesmo? Lindo demais seu texto, a despedida ao ver das mãos, se posso dizer. Muito lindo!
ResponderExcluirhttp://cappuccinoeaconta.blogspot.com/
Adorei como você fala sobre despedidas, pena que não é um assunto feliz :(
ResponderExcluirhttp://prefiroserrainha.blogspot.com.br/
Poxa, eu-lírico, use os pés e vá atrás dessas mãos.
ResponderExcluirAprecio mãos porque aprecio seus diálogos, acho admirável o modo como conversam – mesmo aquelas que não aprenderam LIBRAS – entre si e com o mundo. Mas até mesmo as mãos aprendem a mentir, nem todo adeus é sincero.
ResponderExcluirAdmirar de longe algo que já foi nosso por direito e vontade e delicadeza, sentir inveja no seu mais puro sentido e saber que nada tem volta. Saber que foi embora, que não volta. A face da tristeza nos é voltada muitas vezes durante a vida...
ResponderExcluirGostei Igor
ResponderExcluirA mão que vira um ente
Uma ser a parte
Fala cá dentro coisas para quem tem ouvido
ouça o que aquela mão quer dizer
um adeus?!
talves
nào vá
já foi
assim foi a vida
a caminhar por entre os dedos
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Gosto de textos que me fazem querer escrever e o seu faz isso. Em relação a copletanea da parte do corpo muito bem pensado. Me parece que você esta dando uma certa materialidade ao sincretismo sensorial simbolista. Uma conversa intima entre o mundo e este eu diário. Ainda estou lendo devagar mas vou ler todos prometo. De que adianta a escrita se ela não for lida?!
Até Alan
Obs: estou me inscrevendo para receber os comentarios por e-mail. Caso quereia comentar meu comentario pode fazer por aqui que eu vou ler. Não desaparecerei buscando numeros no meu blog. Devora-me que eu te devorarei. Vamos assim mastigando com a boca e amassado com a mão. No mais viva la vida!