Revista Literária

sábado, 19 de junho de 2010

Outro jogo

Sinto-me como um jovem de quatorze anos sem muitas, aliás, sem nenhuma certeza do que pode representar um beijo apaixonado. Enfim, que medo é esse de perder algo que eu não tenho? Que alguém é este que me tira a paz? Que amor é este tão ofegante? É proibido proibir,não é mesmo Caetano? Que ditadura de brinquedo é essa que eu mesmo criei?

Algumas vezes olho pra você, e tudo é tão lindo, sinto-me tão feliz, e me dá uma vontade de te abraçar e ser só seu, nem que seja só por aquele momento, no entanto, não posso,tenho medo de ser mal compreendido, de colocar tudo a perder.

Será que você sabe de todo esse drama? De todo esse sofrimento calado? De todo esse eu e você. Será que tem você? Convivo com o medo, com a incerteza, e tudo isto está me deixando cada vez mais apaixonado. Lutei em vão com a minha vontade inicial de não me envolver, porém fui pego de surpresa, encantei-me pelo feitiço de olhos tão misteriosos e não me canso de tentar buscar respostas, mesmo que não as existam, eu continuo procurando, pois não me canso do teu olhar.

Este jogo é tão chato como xadrez de praça e ao mesmo tempo, tão angustiante como uma final de copa. Aquelas milhares de estratégia do primeiro se mexo pra lá, posso-te ver mexendo pra cá, quando acho que entrei no jogo, pronto (...). Xeque. Mas se entender o que você quer, de repente, posso livrar o meu rei e tentar buscar-te: rainha. Seu rei? Não o quero, porque não gosto de te ver chorar por qualquer derrota. E a segunda é aquela loucura, aquela partida lá e cá, deixo minha defesa toda aberta, e vou para o ataque, mas o máximo onde meu time consegue chegar é no meio-campo, não que seja uma marcação pesada, até que jogamos livre, algumas vezes parece que você quer ver do que meu time é capaz, porém recorda-se dos quatorze anos? Minha equipe é jovem, apesar de termos sido ousados o campeonato inteiro, chegamos à final e parece que não sabemos mais como finalizar ao gol.

O problema é que nessa competição não é o meu avô contra o avô do vizinho, nem muito menos Brasil e Argentina, sou eu e você. E não te quero ver perder, e logicamente não quero sair derrotado. Sonho em uma vitória dos dois. Aliás, quero W.O, isto W.O, quero que as nossas seleções fiquem juntinhas no vestiário,inclusive proponho ficarmos brincando lá dentro,mas penso em outro jogo,que não o xadrez.