Revista Literária

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Depois do Outono


Estou coberta até o nariz, minhas pernas me pedem que busque mais uma calça,mas não sei onde você jogou. Fico lembrando como teus punhos ardiam nesta cama. Quem sabe perca a vontade de procurar. Amava-me demais, meu amor

Não consigo pensar em outra coisa. O castigo de amar. Não sei porque caço. Vejo que encontro,mas não controlo esta minha maldita paixão. Interminável.Crueldade. Acho que entendo porque estou deitada. Sinto-me nua. Lendo tuas poesias, estou vestida somente pelas vírgulas.

A neve frita os meus pensamentos. Deixo que o tempo passe lentamente na janela, quem sabe cure o próprio mal de existir. Nunca duvidei do poder das horas, elas estão melhores acompanhadas que eu. Minutos e segundos. Ponteiros caiam! Eu olho para eles,enquanto não me vêem. Relógio presenteado por ti, os indicadores de tempo estão apontando tua direção.

Esperando o inverno passar,meu bem? Venha logo! Não pense,não escreva, pare de chorar, guarde tuas flores. Apenas aja! Pois quando o tempo esquentar, posso levantar, parar de ouvir esse maldito tique-taque, e ver que tudo era como antes.