Naquele momento tive a sensação
que suas mãos tinham ido embora. Ansiei por voltar à uma hora atrás. Observar o
detalhe da sua unha metodicamente bem feita, combinando com a delicadeza dos
seus dedos metricamente incorporados ao soneto que é a tua mão.
Triste,
sorri, quando lembrei dos carinhos lentos que eriçavam os meus pêlos. Nunca
imaginei perder a suavidade de ter sua palma com a minha. Aquele desenho
infinito, que não pude desvendar a maneira de guardar.
Fecho
os olhos e vejo o adeus de longe. Enquanto uma mão, já cansada, em sua cintura,
parecia não querer mostrar-se nunca mais, a outra, com pena, balançava-se em
tom de despedida melancólica, ritmando o meu coração a batidas lentas, que
soavam o sofrimento de saber que aquela poesia jamais aumentaria seu ritmo
outra vez.