Revista Literária

domingo, 30 de junho de 2013

Mentira,Canarinho

Minto. Minha alma nasceu descrente
Acredito que não dizer o que é me faz.

Penso que tudo está no marco do literal
Cumpro com meu dever cívico de te amar
Mas na verdade, eu não amo.

Saio com a esperança de não voltar
Tenho um bom dia
E tenho que ter todos os dias.

O sangue, a dor, a verdade
Tudo é escondido
Fiz cirurgia plástica ontem.

Chamei a polícia para dançar
Eu estava de branco, eles de preto
Mas na verdade, queríamos cores

Sentei-me na faixa de pedestres
Os carros pararam
Era tudo mentira

Ficamos felizes
Vencemos o Brasil
Era tudo mentira

Ficamos felizes
O Brasil venceu
Muitos gols
Era tudo mentira

Índio
Maré
Maracanã

É verdade, mas tenho que mentir.