Revista Literária

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Ana Terra

I

Todo álcool que arranhava minhas veias
O pranto que corria do teu nome
A poesia que consumia o poeta
O amante que sofre
O amor que foi
Minha musa era dor
Sangrava-me palavras
Escrevia sem mão

O desespero do sem
A falta da sua voz
Aquelas canções que me cantava
Minhas letras foram ao mundo
Vendi para meu vício
Quero mais uma dose
Sem gelo

Consumo as pessoas
Uso-as como fuga
Sou mais minhas personagens
Nem singular, nem plural
Sou João, Maria, Carlos, Raquel

II

De noite, foi tarde
Pôr do sol
Lua que chegava

Fim do amante teu
Amores meus
Não
Não
Não!

Desculpa, amor
Pela minha ausência, sem adeus
E volta
Para mim
Porque sempre te amei,
Serei tua, só tua
Não
Não...

Sei que anda guarda minhas fotos,
Aquele dia está nas suas coisas
Quem mais além de mim?
Não?

III

Teu sorriso,amor
Eu te amo
Eu te amo
Admito quantas vezes quiser

Só sei te escolher,
Pertenço ao seu cheiro
Meus olhos são teus
E minha boca é só de tua

Deixa aqui teus seios em minhas mãos
Enquanto acosto a cabeça em teu ventre
Põe a mão em meu cabelo, e não se esqueça de acariciar
Assim, até meu sono será Ana.

Diga a Deus
Que não atrapalhe
Cansei dele em tudo
Agora,
Sou só eu e a Terra.